sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Cabo Espichel, Santuário e Farol

Para ir completando a ronda pelos Santuários Marianos, fui hoje ao Cabo Espichel visitar o Santuário dedicado ao culto da Nossa Senhora do Cabo. A Igreja encontrava-se encerrada. 

O aspeto interior é este, pelo que se torna imperiosa voltar, em dia em que a igreja se encontre aberta.


De uma placa no local, muito queimada pelo sol, ainda se pôde retirar a seguinte informação: 

Aqui, onde os vários tons de azul do céu e as cores do oceano convergem, o homem chegou à beira do abismo e construiu o Santuário do Cabo Espichel. Aqui acontece, em toda a sua plenitude, a fusão entre o homem e o sagrado, durante as peregrinações que, ciclicamente, ocorrem. O culto à Nossa Senhora do Cabo,  cuja origem remonta ao século XIII, tomou a forma de romaria, que ao longo dos séculos recebe dúzias de peregrinos, vindos também  desde o outo lado do rio Tejo. 
 
A ermida da Memória, local de devoção no início do séc. XV, é um marco na paisagem. Os azulejos setecentistas que revestem o seu interior cantam a Lenda da Pedra de Muas. Esta Ermida, que assinala o local onde se acredita ter sido a imagem da Nossa Senhora avistada pela primeira vez, é o elemento arquitetónico mais antigo deste complexo, e os azulejos são a mais antiga iconografia representada, que se conhece.  

 Por promessa da D. Pedro II, a nova igreja foi construída entre 1701 e 1707, levantando e revelando a importância do Culto Mariano que aqui vinha se vinha realizando.  De estilo sóbrio e raso, com uma simples nave, as paredes tem abundante revestimento em brecha da arrábida e o teto, tem abóbadas, com excecionais frescos pintados por Lorenzo da Cunha em 1749, considerado Na época o melhor artista português no género de arquitetura e perspetiva, com uma nova conceção do espaço e cenário decorativo. Este teto é a única pintura do pintor que sobreviveu ao terramoto de 1755.

No início do  séc. XVII  as hospedarias tomaram a forma que tem hoje em dia. Além das Casas dos Círios, um conjunto de infra-estruras estavam à disposição dos peregrinos, tais como A Casa de Ópera, em ruína, Hortas dos Peregrinos, Casa da Água e aqueduto. O Aqueduto da Azóia fornecia água desde 1770.

 O complexo é composto pela Igreja, hospedarias, Ermida da Memória, Casa de Ópera, em ruína, Hortas dos Peregrinos, Casa da Água e aqueduto. O Aqueduto da Azóia fornecia água desde 1770.

Atualmente, o culto no Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel encontra-se vivo, nomeadamente através das celebrações dos círios de Azóia, Palmela e Sesimbra, cujas festividades se realizam nos meses de março e abril e agosto e setembro, respetivamente. A sua recuperação para fins turísticos, salvaguardando sempre a sua componente religiosa, está programada para os próximos anos.

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